A menopausa acontece quando uma mulher deixa de menstruar e não pode mais engravidar, normalmente entre os 40 e 55 anos. Ao contrário do que imaginamos, não é algo rápido, acontece aos poucos, conforme o ciclo menstrual torna-se cada vez mais irregular.
Esse processo ocorre por causa do esgotamento da reserva de óvulos que a mulher tem disponível e é conhecido como climatério. Durante o período de transição, os ovários deixam de funcionar, porque não há mais a produção de estradiol e os níveis de estrogênio caem, causando problemas vasomotores, psicológicos e físicos.
Segundo a Dra. Lúcia Costa Paiva, professora titular de Ginecologia na Unicamp e vice-presidente da Comissão Especializada de Climatério da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), uma forma de aliviar os sinais é por meio da reposição de hormônios.
“A terapia hormonal (TH) funciona aumentando novamente os níveis de estrogênio e, com isso, alivia todos os sintomas climatéricos. A principal razão ou indicação para se utilizar a terapia hormonal é para o alívio desses sinais, particularmente as ondas de calor, atrofia vaginal e prevenção da perda de massa óssea que ocorre na pós-menopausa”, explica.
A médica ainda acrescenta que há outras vantagens secundárias como melhora da insônia, do humor, irritabilidade e sintomas psicológicos muitas vezes presentes durante esse momento, oferecendo muito mais qualidade de vida.
Existe uma ampla variedade de produtos hormonais que podem ser usados como tratamento para os sinais. Habitualmente utiliza-se um estrogênio isolado ou associado a um progestogênio que podem ser administrados sob a forma de comprimidos via oral, gel ou adesivo transdérmico ou transcutâneo ou cremes por via vaginal.
Dra. Lúcia diz que não, a terapia hormonal não é para qualquer uma. Somente para todas aquelas que apresentam indícios, que querem fazer e que não possuem contraindicações para utilizá-la.
“O início desse tipo de tratamento deve ser realizado antes dos 60 anos de idade. A maioria das mulheres saudáveis nestas condições se beneficia da terapia hormonal e das consequências negativas que a queda dos níveis hormonais podem trazer”, adiciona.
Existem, de acordo com a ginecologista, algumas condições de saúde nas quais é necessário ter prudência para prescrever a TH, mas não são contraindicações absolutas. São exemplos a hipertensão arterial controlada, diabetes mellitus controlado, doenças da tireoide, obesidade entre outras.
A reposição não é recomendada para mulheres que têm câncer de mama, câncer de endométrio, que já tiveram trombose venosa ou doenças cardiovasculares mais graves como infarto ou acidente vascular cerebral.
“O médico irá prescrever a reposição com base no balanço entre os benefícios e os riscos de cada mulher. Não se pode falar de forma generalizada para todas as mulheres. Podemos dizer que seria para todas que têm sintomas, não apresentam contraindicações e possuem desejo de utilizar considerando-se os riscos e benefícios individuais”, explica Dra. Lúcia.
A TH moderna é feita com hormônios idênticos aos produzidos pelos ovários, adequando a via de administração, e é uma terapia bastante segura, segundo a médica.
“O grande medo das mulheres é em relação ao risco de câncer de mama, por menor que seja (4 casos para cada 10.000 mulheres por ano). Esse pequeno aumento parece estar relacionado com o tipo de terapia usada. A terapia com estrogênio isolado não tem mostrado um aumento do risco, enquanto que a combinada com progesterona mostra cerca de 8 casos adicionais de câncer de mama para 10.000 mulheres acompanhadas por ano”, afirma.
Outro risco associado é o de tromboembolismo ou trombose venosa. No entanto, ainda é menor porque se trata um evento bastante raro, acomete cerca de 1 mulher a cada 1000 mulheres entre 50 e 59 anos. Sendo mais associado a via oral, já a terapia usada por via transdérmica não tem sido associada ao aumento de fenômenos tromboembólicos.
A médica esclarece que existe um período máximo preestabelecido para a terapia hormonal. A decisão sobre a duração do tratamento é baseada na avaliação dos riscos e benefícios pensando-se nos sintomas e necessidade de cada mulher.
“O tempo é variável, algumas irão utilizar por poucos anos, enquanto outras precisarão por muitos. Podemos dizer que a terapia pode ser mantida enquanto os benefícios superarem os riscos”, finaliza.
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