Nesse momento que estamos em casa, é normal deixar as crianças assistirem um pouco mais de TV, ficar mais no celular ou computador, mas esse hábito pode trazer problemas. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) alerta sobre a importância de se criar uma relação mais saudável entre os pequenos e a tecnologia.
Segundo a presidente da SBP, Dra. Luciana Rodrigues Silva, a organização quer ressaltar os riscos e dar dicas para conciliar a rotina com o uso saudável das telas. Na avaliação da pediatra, os cuidados devem ser redobrados para ver se não há um excesso de tempo em frente às mídias digitais.
A dependência virtual já foi reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) na mais recente Classificação Internacional de Doenças (CID-11) e conforme afirma a coordenadora do Grupo de trabalho sobre saúde na era digital da SBP, Dra. Evelyn Eisenstein, a falta de controle com os jogos eletrônicos (início, duração, frequência e intensidade) são as principais características do distúrbio.
“Diante dos atuais acontecimentos globais e a pandemia, estamos ainda mais receosos com essa situação. Os pais estão sobrecarregados e, assim, inadvertidamente, acabam por permitir essas práticas exageradas que certamente trarão prejuízos para o desenvolvimento físico e psicológico dos seus filhos. Aparentemente inofensivos, os games são uma fonte recorrente de excessos”, afirma a pediatra.
Há uma extensa lista de disfunções relacionadas ao mau uso das tecnologias, entre elas estão:
Problemas de saúde mental como irritabilidade, ansiedade e depressão;
Transtornos do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), do sono, alimentares, posturais e músculo-esqueléticos;
Sedentarismo;
E muito mais.
“Nesse momento de isolamento, as dificuldades de adaptação são compreensíveis. Além do cuidado com os filhos, há novos desafios para as famílias solucionarem, seja nos serviços domésticos diários ou home office. Por isso mesmo, os adultos necessitam atuar mais ativamente”, diz a Dra. Evelyn.
Conforme orienta a especialista, as relações humanas têm que prevalecer, norteadas por afeto e compreensão para que essa fase difícil seja superada em conjunto. “A adequação no dia a dia depende sobretudo do bom senso dos responsáveis,que precisam ficar atentos às recomendações dos pediatras e analisar a rotina da criança para minimizar possíveis agravos à saúde. Um adolescente em regime de educação à distância (EAD), que gasta outras quatro ou cinco horas diárias em redes sociais, pode desenvolver dificuldades graves”, frisa. Confira as dicas que a entidade pediátrica oferece:
De acordo com um documento redigido pela SBP, é imprescindível equilibrar o cotidiano doméstico e estabelecer atividades múltiplas, principalmente fora das telas, para entreter, educar e desenvolver as habilidades dos filhos. Nesse contexto, os responsáveis devem reservar e delimitar tempo para cada uma das áreas abaixo:
As crianças e adolescentes têm a necessidade de conviver com amigos e demais parentes, mantendo ativo o círculo de afetividades. No entanto, é importante combinar um mínimo e máximo de minutos para isto acontecer por meio da tecnologia, sempre com algum acompanhamento.
O tempo dedicado às aulas, pesquisas e tarefas é variável em função da escola, dos equipamentos disponíveis e de outros fatores. É importante acompanhar a abordagem pedagógica e a qualidade de horas gastas com as aulas online. Estes fatos terão impacto no processo educacional e potencialmente na saúde, em casos de exageros.
Investir em jogos, brincadeiras e passatempos tradicionais. Os videogames, jogos online, filmes e aplicativos precisam ser sempre avaliados quanto à regularidade e à pertinência, conforme os critérios da classificação indicativa.
Trocar experiências entre si, dialogar e conhecer. Este talvez seja o momento mais precioso para observar e reconhecer o filho, em suas habilidades, valores, dificuldades e limites. Ocasião propícia para divisão de tarefas domésticas e criar novas formas de unir a família.
Respeitar o ciclo de sono adequado para cada faixa etária e manter o período habitual de ir para a cama; investir na alimentação saudável, com horários pré-fixados para café da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar, evitando ao máximo produtos ultraprocessados; praticar ao menos uma atividade física regular, seja por meio de exercícios ou brincadeiras com movimentos ativos.
Conte para gente como está sendo a pandemia para você e sua família. O que vocês estão fazendo para manter as crianças longe do celular, tablet, TV e computador?
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